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terça-feira, novembro 13, 2012

E se não for verdade?



Ouvi um lenda que achei interessante: “Certa vez uma Deusa   percebendo  que o homem viva   em  busca da “verdade”  determinou  que  em forma de um imenso espelho esta  viesse   para Terra.
No transporte houve um acidente e o grande espelho,  ao entrar em contado  com  a Terra,  despedaçou-se, seus   incontáveis  pedaços  foram espalhados  por toda parte. Cada habitante  pode ter em mãos um pedaço, parte da verdade.”
O que fazer  com   parte da verdade nas mãos?  Acredito  que   decidimos transformar o pedaço em inteiro. Dessa forma,  sempre  que  estamos  com  a  “nossa verdade”, somos cegos, surdos, indiferentes a qualquer  outra forma de interpretação  do fato.
Por tal razão é que   quando temos certeza, somos acometidos de cegueira  e  de  total incapacidade  de  pensar?  É  pode ser...
Após  ouvir  fiquei  a  pensar  nas vezes  em que  tive certeza:  a Certeza  é  confiança na verdade que vemos, que  sentimos...  Mas   a verdade  é relativa, carece  ser  pensada... discutida... interpretada...  Pensei  nos amigos, em algumas amigas ...
Em especial, lembrei-me de uma  amiga, estudamos juntas e escolhemos  tese semelhante, em decorrência, estreitamos os laços de amizade. Casada  à  época, há  26 anos, Ela  sempre teve certeza de  que  fora traída pelo marido.  A certeza era fruto das evidências, da sua percepção... Para vingar-se , envolvia-se  em relacionamentos outros.
Ela  e o marido nunca  conseguiram  conversar sobre a vida conjugal. As  poucas falas eram  fundadas em questões  domésticas. Ele, o  marido,  demonstrava que não sabia  falar de sentimento, Ela  ao falar, entrava em desequilíbrio.
Certa de que  Ele estava   vivendo um relacionamento  extraconjugal,  bem  mais sério  que os demais, tomou a decisão de    propor  a separação, fato  que ocorreu após alguns ajustes financeiros.
No decorrer  da vida, Ele   soube de alguns envolvimentos amorosos dela  e atribuía à sua imaginação. Sempre  gostou muito dela mas não sabia  dizer, falar de amor. A verdade,  para ele era o compromisso com o casamento, nele ficaria  para sempre...
A minha amiga, com o passar do  tempo constatou que o  relacionamento extraconjugal,vivido por seu marido, fora fruto de sua  insegurança, da sua baixa autoestima .
Tomada de “verdades” tomou decisões, arriscou  a sua vida, deixou o seu amor...

domingo, novembro 11, 2012

O Até Amanhã que Angustia...

 Encerrei as atividades e saí pela metade; a outra metade  foi acompanhando  aquelas crianças e adolescentes  que  permanecem  nos meus momentos de reflexão, de desejo, de pensar a vida... O trabalho  social com crianças e adolescentes é difícil. Experimento   períodos de angústia  e momentos fascinantes.
A angústia decorre da  constatação de que vivemos  numa sociedade  que  não consegue dar conta da sua criança,  e do  seu adolescente  ambos em situação de vulnerabilidade social, que  sofrem as  consequências das  desigualdades  sociais, da desagregação familiar.
É difícil, porque  cada um  é um universo, rico de experiências, transbordando emoções; daí nasce para mim  o  fascínio: senti-los   não destinados ao fracasso, capazes de superar as adversidades, de resistir às provocações, de superar as frustrações, de  dar e receber afeto...
Em se tratando de crianças e adolescentes, não  nos falta Lei: “O Estatuto da Criança e do Adolescente” é uma ferramenta   que adequadamente   utilizada faculta ao  operador ousar na defesa dos  direitos dos  seus tutelados.
Diante  do texto  legal,  podemos afirmar  que todas as  crianças e adolescentes  são iguais  perante a  Lei.  A igualdade formal positivada na  Norma Geral, não assegura,  porém, aos sujeitos tutelados, as mesmas oportunidades, as mesmas  condições, os mesmos atendimentos.
Deparamo-nos,  por conseguinte, com o  descompasso entre   o conceito de igualdade  formal e igualdade material. O princípio inspirador, que é o da dignidade da pessoa  humana, penso fenecer diante da realidade das nossas crianças e  dos nossos adolescentes, os quais vivem  em situação de risco.
É comum  atribuir à família a responsabilidade  pela situação dos  filhos. Temos  em mente que a família  é o núcleo primário de  proteção, afeto e socialização.
As pesquisas afirmam que a afetividade é  a base do relacionamento familiar; que ser   pai e mãe  deve ser decisão do coração, muito mais  do que decisão biológica. O ingrediente  essencial ao  funcionamento harmônico da engrenagem familiar é o amor, elemento  que  permite a união socioafetiva e a falta  desse  ingrediente causa  o que estamos  experimentando  em todos  os níveis  da  sociedade hodierna.
A  família é  composta  por membros de um sociedade  que  adoeceu e  vive na defensiva. Temendo as  acusações, a família  culpa a sociedade e esta responsabiliza a família.
Na tentativa de minimizar o resultado,  surgem os movimentos  ocasionais em favor da criança abandonada; do adolescente viciado;  prostituído; excluído; etc...
Surgem, ainda, os projetos sociais  de  natureza  pública ou  privada; os atos isolados de natureza filantrópica. Em que  pese a importância de cada ato,  fico  angustiada porque sei que   diante a  aceleração  no cotidiano,  das exigências sociais, dos padrões estabelecidos, das ditaduras da beleza, do sucesso etc,  cada até  amanhã pode ser um “Adeus”.
 
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