Todos os dias ao acordar, pensava em encontrar na minha agenda tempo, para sentar e postar os textos. Tomada pelas atividades diversas, percebia, ao anoitecer, que ainda restavam algumas horas acordada, quando poderia sentar e cumprir o que pela manhã havia sido agendado.
Tomada da certeza de que me faltava, tão somente sentar, por diversas noites acreditei que realizaria meu intento.
Para minha frustração, horas depois, vencida pelo sono, experimentava o não cumprimento, porque outros afazeres exigiram ação.
Passei a fazer dessa situação um ponto para minha reflexão. Percebi o quanto as frases de impacto permanecem legíveis em nossa mente, como por exemplo: “ querer é poder!”; “quem quer faz!” etc.
Ora, se eu quero tanto, por qual motivo que não faço? Era a pergunta formulada. Estendi a pergunta para outras tantas situações e tenho encontrado alívio para minha ansiedade, porque compreendi que as frases ditas, registradas em nossa mente, transformadas em vaticínios, podem deixar de existir, como grilhão, ao ampliarmos o sentido.
Vivemos em busca da perfeição, idealizando o que ainda não nos é possível e, em decorrência, não percebemos o que podemos fazer.
Nas diversas relações que estabelecemos, no decorrer da nossa vida, desempenhamos papéis e exigimos do outro um bom desempenho .
O padrão adotado, por referência, é o da Perfeição: Os pais têm de ser perfeitos, os filhos exemplares, os amigos disponíveis, os colegas de trabalhos bem humorados, os parentes solidários, os vizinhos ordeiros,o assistido eternamente grato, o empregador compreensivo, o empregado dedicado, o marido, namorado ou amante, há de deixar sua própria vida, para viver integralmente a nossa.
Seguimos dessa forma, atormentados e atormentando, experimentando em nós a culpa e dos outros, nutrindo mágoas.
Hoje, com alívio, o querer é o nutriente que me permite o fazer, dentro das minhas possibilidades.
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