Um certo dia acordei sentindo falta de mim. Procurei pela casa, abri os armários, as gavetas, corri para o quintal.
Busquei entre as árvores, revirei toda a terra e por fim desisti. Percebi que não adiantava me procurar por fora: eu estava encolhida dentro de mim.
O alongamento foi difícil, doloroso, extenuante...
Entendi que por falta de habilidade, de tato, para lidarmos com as diferenças, escolhemos a forma menos trabalhosa: o encolhimento.
Aprendemos desde cedo que não podemos dizer o que sentimos, quando deveríamos aprender o Como dizer o que sentimos.
É o como eu digo o que sinto, é o como manifesto o meu pensamento que fará a diferença em minha vida.
Quando aprendemos a dizer o que sentimos sem desequilíbrio, sem perder a razão, sentimos um grande alívio. Não importa a reação do outro, o bem estar que sentimos não tem preço.
Agindo dessa forma não encolhemos.
O processo de encolhimento inicia com silêncio dos lábios, silêncio medroso, acuado, sem o consentimento da razão.
É o silêncio que dói, que engasga, que maltrata, que faz diminuir...
O silêncio consentido pela razão é produtivo, é a pausa para pensar; avaliar; refletir. É o silêncio necessário para que possamos saber o como dizer o que precisa ser dito, no momento certo, para a pessoa certa...
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