Estou preocupada com o que tenho constatado ao atender as jovens gestantes. Não é o fato da gravidez que me preocupa, é a falta de energia que permite que cada uma, a seu modo, deixe visível a falta de desejo de viver.
Costumo afirmar que algumas pessoas sofrem de depressão e nem percebem, estão acostumadas...
Algumas muito jovens, outras, nem tanto, todas com algo em comum: a gravidez. Não importa ser a primeira ou a quinta, o desânimo impera.
A maioria é sozinha, o pai do filho mudou de idéia, alguns pais nem sequer tiveram idéia de compartilhar o momento.
Pouquíssimas trabalham, mas o que percebem mensalmente não supre as necessidades de sobrevivência da prole, que de um modo geral, é composta de muitos filhos.
Ao estabelecermos, no decorrer dos atendimentos, um vínculo de respeito que tem cheiro de afeto, ouço as falas, que sem medo, sem pudor, traduzem uma absoluta baixa auto-estima.
Que angústia, que sensação de impotência ao constatar como parcos são os recursos que poderiam contribuir para a reconstrução de cada uma.
Não penso tão somente em recurso financeiro, sobretudo, saliento a falta de recurso humano.
Falta gente que goste de lidar com gente.
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