O bom de poder lembrar é não precisar esquecer.
Penso no sofrimento de algumas pessoas que vivem duelando com as lembranças.
A lembrança é a manifestação do registro. Então, é o que foi registrado, que se faz percebido.
Como não registrar um fato que foi importante? Um acontecimento especial?
É tolice querer esquecer. Esforço em vão, determinar a não lembrança.
É comum, por ressentimento, por mágoa e frustração, determinarmos que não mais lembremos de certo alguém, de um momento especial, por exemplo.
Exigimos a solidariedade dos amigos, operamos mudanças externas, alteramos hábitos, permitimos até um novo alguém em nossa vida, sustentamos o discurso que até convence quem ouve.
O tempo, porém, de forma tranqüila, não se agasta, e quando menos esperamos, a danada da lembrança se faz presente.
É a chuva, por exemplo, que naquela tarde caiu diferente, é o vento, o dia, a noite, enfim, algo em especial, que assinala e só resta lembrar...
Sem angústia, sem raiva, devemos encarar a situação. Que bom que temos razão, motivos e saúde mental para lembrar!
Abramos a porta e deixemos a lembrança seguir o caminho natural; a vida sabe tão bem conduzir as lembranças...
Quando paramos de brigar com as lembranças elas se tornam esquecidas, substituídas por outras; é da Lei da Vida.
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